terça-feira, 28 de junho de 2011

22º Prêmio da Música Brasileira homenageia Noel Rosa

 Desde 1987 premiando os melhores músicos brasileiros, o evento dá espaço para homenagear artistas que fizeram a diferença no cenário musical.

Este ano o grande homenageado é nada mais que ‘o menino da Vila’, Noel de Medeiros Rosa.

Compositor, letrista e cantor, nascido no Rio de Janeiro no dia 11 de dezembro de 1910, viveu apenas 26 anos e morou toda sua vida em Vila Isabel, bairro que virou tema de muitas de suas composições como “Eu vou pra vila”, “Bom elemento”, “Feitiço da Vila” e “Palpite Infeliz” eternizada na voz de João Gilberto.

Aprendeu a tocar violão quando criança e já participava de serenatas com seus companheiros de samba e de farra. O jovem da Vila adorava sentar em mesas de bar, rodeada de músicos negros dos morros, os malandros. Cartola era um deles. Ao lado dessas pessoas, criou pouco mais de 250 canções, grande maioria contestadora, contrapondo com a educação beneditina do Ginásio de São Bento, onde estudou. (“E muita gente/Que ostenta luxo e vaidade/Não goza a felicidade/Que goza João Ninguém”).

NOEL ROSA
Noel começou pelas serenatas, e logo entrou para o Bando de Tangarés, cinco músicos vizinhos de bairro, que tocavam cantigas sertanejas e caipiras. Foram 38 discos gravados pelo quinteto. Foi em uma dessas gravações que Noel Rosa teve a oportunidade de cantar um samba seu, “Eu vou pra Vila”. E nas ruas do Rio de Janeiro, se dava o carnaval com o sucesso “Com que roupa?”. 

Noel deixou o quinteto e fez-se parceiro de 14 sambistas negros, do morro ou afinados pela música do morro. Isso pra época rendia muitos comentários, pois não existia até então parcerias inter-raciais na música brasileira. O que se chamava de “gentinha”, eram personagens de grande talento, como Cartola, seu grande amigo, ou Ismael Silva, que foi seu grande parceiro de composições: fizeram 16 sambas e duas marchas juntos.
Tornou-se cantor de rádio e nesse período, de 1931 a 1934, conheceu grandes nomes da música brasileira: Ary Barroso, Lamartine Babo, João de Barro, Silvio Caldas. De um lado, parceiro dos bambas do morro e de outro compondo com grandes nomes da canção popular.

RAFAEL RAPOSO E CAMILA PITANGA, COMO NOEL E CECI NO CINEMA
Mas não era só de conquistas que a vivia Noel. Pelo contrário, seus sete anos de carreira foram passados com muitas dificuldades e sempre a um passo da pobreza. Nos últimos meses de 1934 descobre-se que ele tem os dois pulmões afetados pela tuberculose. Noel casa-se com Lindaura, e vai morar em Belo Horizonte, esperançoso que o clima o cure. Ficou durante 4 meses e voltou para o Rio. Assim conheceu a prostituta Ceci, e se apaixonou. Ceci tornou-se a musa de vários sambas do poeta, como “Dama do Cabaré”.
 Nos dois últimos de sua vida, conseguiu um emprego na Rádio Clube do Brasil e ali escreveu sketches humorísticos e paródias para musicais, enquanto sua saúde declinava. Em 4 de maio de 1937 falece Noel Rosa.

 Fonte: MÁXIMO, João. Coleção FOLHA: Raízes da Música Popular Brasileira.

A cerimônia de entrega do 22º Prêmio da Música será realizada no Teatro Municipal do Rio de Janeiro, no dia 06 de julho.  

  • Noel Rosa será homenageado por:
  1. Ivete Sangalo
  2. Lenine e Luisa Maita
  3. Paulinho da Viola e Beatriz
  4. Dori e Nana Caymmi
  5. Marisa Monte
  6. Zizi Possi
  7. Yamandu e Hamilton de Holanda
  8. Zélia Duncan e Tulipa Ruiz
  9. Wilson das Neves e Tantinho
    • Ao lado, Marisa Monte fala sobre Noel Rosa


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    Fernanda Buére