quarta-feira, 13 de junho de 2012

Milton Nascimento






              Para nós, mineiros, tem coisas na vida que são incabíveis de explicação se separadas de seus pares. São elas: o queijo sem a goiabada; o frango sem o quiabo; o tropeiro sem o torresmo; e Minas Gerais sem Milton Nascimento.
            
                 Como deliciar o doce da fruta, tirada dos pés de goiaba dos sítios afora, sem saboreá-lo com uma fatia de queijo minas, na medida, como em um beijo apaixonado de Romeu e Julieta? E gozar do sabor do frango caipira dos quintais de casebres mineiros, sem o deleite do quiabo colhido da horta, cozidinho? Tropeiro sem torresmo então é como se os dentes procurassem a crocante companhia para o feijão cheiroso e macio da panela de pedra.
           
                 E assim é com Milton e Minas. Aquele céu azul iluminado de sol, as montanhas brincando de ondas do mar são mais poesia na voz de Milton Nascimento. As ruas de jogar bola, as esquinas de tocar violão, os bailes da vida são mais Minas por serem, também, Milton.
            
               Como subir a Serra do Curral, encarar aquele belo horizonte e não cantar uma música do mineiro? Andar pelas ruelas de Ouro Preto pegar a Maria Fumaça para Mariana, subir as ladeiras de Diamantina, nadar nas cachoeiras da Serra do Cipó é como ouvir Milton Nascimento sussurrando suas músicas em nossos ouvidos. Minas é linda, vista de cima e de baixo, mas somente Milton consegue mostrá-la por dentro. Aí sim ela se torna emocionante. Ele nos ensina a enxergar com o coração.
            
             Se um dia eu encontrasse com o Milton Nascimento só iria dizer “Obrigada!”. Obrigada por fazer parte dos melhores momentos da minha vida, por viajar pelas estradas de Minas comigo e minha família, e por me abraçar todos os dias que te ouço, com um sentimento puro de amor a vida que guardarei para sempre, junto com o sonho de um dia cantar com você.



 Morro Velho - Milton Nascimento

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Fernanda Buére